Nas 24 horas convencionadas para um dia solar, se as dividirmos por 3, temos o que concensualmente se convencionou:
8 horas para trabalhar;
8 horas para descansar (dormir)
8 horas para o Lazer e o convívio.
Ignorando para já o tempo do descanso e de lazer e considerando apenas para a discussão o tempo de trabalho considerado normal (8 horas), esta ocupação tem necessidades higienicas que não podem ser desconsideradas para o tempo total. Falo obviamente das pausas para as refeições e outras para cumprir necessidades fisiológicas impreteríveis, bem como até outras para recuperação da fadiga-Isto considerando a jornada diária.
Se estas pausas não forem cumpridas dentro deste período, então há que considerar o trabalho de escravo.
Podemos num sentido mais lato considerar as 16 horas subsequentes ao período ao período normal de trabalho (tempo de não trabalho), como tempo de trabalho, na medida em que estas contribuem de forma significativa para a regeneração do corpo e espírito do trabalhador e para o rendimento de trabalho esperado. Até o período de férias deve ser considerado( e é) para o valor que o trabalhador colocará na actividade que executa.
Aqui entra o conceito de trabalho extra ou suplementar que, mesmo pago (talvez passe a não o ser ), e compensado, é pernicioso quer para a saúde de quem trabalha mas também para a sociedade laboral que, em muitos casos, vê diminuída a oferta de emprego.
Gostava especialmente no computo da discussão que fosse também considerado o tal tempo de execussão efectiva de tarefas no período para além do tempo convencional de trabalho (T.extra). Que classificação poderíamos dar a esse tempo?
(Hoje escrevo a vermelho, não muito carregado)
ef
2 comentários:
Bom dia
Tenho lido os textos e tenho tentado pesquisar mas o tempo é pouco e verdade seja dita não tenho encontrado nada que me ajude na reflexão.
Sou de uma geração, ou melhor cresci profissionalmente num ambiente, de grande empresa, e nunca me preocupei muito em pensar em termos de horário de trabalho, até porque o meu era flexível.
Tinha um limite, uma hora limite para entrar e não havia hora de saída.
Sempre me fez muita impressão as pessoas que estão muito preocupadas em "picar" à hora certinha.
Se calhar o meu raciocínio está errado mas estou a tentar analisar o problema de outro ponto de vista.
Para mim a questão é até que ponto é que se gosta do que se faz que não estamos preocupados com o horário?
Até que ponto é que o trabalho é realização pessoal e não apenas uma questão de sobrevivência?
Até que ponto é que a remuneração é compensadora?
Até que ponto é que a nossa experiência pessoal nos influencia para tomar uma ou outra posição?
Até que ponto é que o "valor do trabalho" está bem calculado?
Não era minha intenção baralhar mas apenas pensar em voz alta.
Beijos
Ana F
Não baralhaste nada Ana, antes pelo contrário.
Também podíamos ir por aí já que há pelo menos quatro coisas que fazem parte de um contrato de trabalho por contra doutrem:
O Salário
O Horário
A Local de trabalho
A função, profissão ou actividade.
Mas tudo bem. "Poderíamos" desprezar até o horário de trabalho (uma conquista da humanidade).
Mas a relação deste com o salário não é facil. Vejamos um caso bem actual:
O Salário mínimo vai agora para 475euros mensais-uma evolução não tão grande quanto necessária mas é uma evolução.
Esse salário está considerado para um horário de trabalho de 40 horas semanais.
Se acontecesse como por exemplo no sector do comércio o que os Sr. Sonae queria (e quer) pôr os trabalhadores a trabalhar 12 horas aproveitando a prerrogativa da lei (CT), o salário mínimo não seria aquele valor mas corresponderia a uma redução (na prática) de 1/3.
Há de facto na lei e na prática um mecanismo legal que considera a isenção do horário de trabalho, o que é outra coisa e é pago.
Vamos discutindo...
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